Nelson Moleiro
Carrega Pacheca - Olé Rosé!

Hello minha gente! Na semana passada, falei de enoturismo e prova de vinhos na Quinta da Pacheca. Hoje, é mais uma publicação associada aos vinhos desta Quinta. Resultado da minha visita à Pacheca, acabei por trazer comigo alguns vinhos que ainda desconhecia, e que estão de mãos dadas com a época de Verão. Temos então hoje em cima da mesa, o Pacheca Rosé Colheita 2015.
Estamos em altura de praia, mas quando falamos em rosés, esta não é claramente a minha! Contudo, tenho recentemente, dedicado algum tempinho à aprendizagem e compreensão destes vinhos, estando a ter agradáveis e surpreendentes experiências na prova dos mais variados produtores. Não tenho dúvidas que isto estará directamente associado a um aumento de qualidade do produto oferecido, num mercado ainda residual, mas sempre a crescer (mais 20% em 2014 do que em 2002 a nível mundial).
Os rosés são vinhos vinificados a partir de uvas tintas, com menor tempo de contacto com as películas das uvas. É, de forma simplista, uma vinificação semelhante ao branco. Existem marcas clássicas em Portugal sempre que se fala num Rosé, o Mateus obviamente estará no pensamento de qualquer um de nós, com evidente sucesso e posicionamento estratégico de mercado. Para mim, quando me iniciei com mais afinco no mundo dos vinhos, rosé não era considerado vinho. Era, a meu ver, um produto secundário ao vinho tinto, sempre adocicado, e sem grande critério organoléptico. Em pleno ano de 2016, revejo esses pensamentos, e considero essa ideia perfeitamente errada e desactualizada. Apesar de termos muitos perfis diferentes de rosés, cá para mim, nunca tivemos tantos rosés com tanta qualidade neste país.
O interesse crescente dos produtores neste segmento, tem beneficiado os vinhos rosés. Melhorias nas adegas, enólogos inovadores, consumidores jovens, um maior conhecimento tecnológico, e critério nas vinhas. O rosé é um vinho com elevada componente técnica na sua elaboração, passando o terroir para segundo plano, o que não acontece num vinho tinto ou branco. Desta maneira, os novos produtores de vanguarda, abandonaram a banal elaboração de rosés a partir de sangrias do mosto para tintos, passando a ter cuidados na selecção das vinhas a utilizar, e na própria altura da vindima, de forma a obter uvas com a maturação correcta, com benefícios em: acidez elevada, baixo teor alcoólico, e aromas a frutas frescas. O esmagamento das uvas é efectuado com leveza e brevidade, para obter pouco contacto com as películas das uvas, ricas em taninos e cor. Obtêm-se então, rosés de cor ligeira e de aroma perfumado. A vindima individualizada para o rosé que muitos produtores instituíram, mais cedo que os tintos e que brancos, proporciona vinhos leves, mais ácidos, com fruta fresca, prontos a ser consumidos jovens e ideais no tempo de calor.
Para finalizar esta breve publicação, pois está na hora de ir encher o copo e beber, produtores como a Quinta da Pacheca, começam a usar castas nobres para os seus rosés, como a Touriga Nacional e Tinta Roriz, abrindo portas para possivelmente começarmos a ter os rosés nacionais a ombrear com rosés de gabarito internacional. Vamos lá tugas!
Terminou a ideia errada de que um rosé é um vinho menor. O rosé está na moda!
Dica do Táscuela!
Os vinhos rosés devem ser consumidos jovens e não melhoram em garrafa. Guardem num local escuro e fresco. No momento de servir, brindem, e consumam fresco (cerca de 10ºC). Sugiro, não caírem na tentação de refrescar em demasia, pois haverá inibição e "contracção" dos aromas e sabores do vinho.
Para exemplificar o consumo de vinho rosé, trago então o Pacheca Rosé Colheita 2015. Nada melhor que servi-lo com um prato de verão, leve e fresco, uma douradinha! Um brinde!





Pacheca Rosé Colheita 2015
Origem: Portugal, Douro Castas: Touriga Nacional e Tinta Roriz Prova: Vinho que provém de vinhas seleccionadas de Touriga Nacional e Tinta Roriz, com teor alcoólico médio, e elevada acidez. No aroma predominam os frutos silvestres, característico da Touriga Nacional. Na boca, mostra toda a leveza e juventude, sem muita complexidade e com frescura da fruta fresca. Características físico-químicas: Álcool: 12,5% vol PH: 3,25 Acidez Total: 5,6 g/l Açúcar Residual: 3 g/l
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