Nelson Moleiro
Sushi, Sashimi e Vinho Rosé, ou não!

Andamos numa onda de experimentar coisa diferentes, fora da nossa zona de conforto, ou para os que gostam de usar aqueles termos anglo-saxónicos, leaving our comfort zone and think outside the box. Aqui aliamos duas coisas que, a pouco e pouco, vamos apreciando, o sushi (sashimi para mim) e o vinho rosé. Afinal de contas é de vinhos que falamos. Como já escrevi em diversas ocasiões, o vinho rosé nunca esteve ligado às minhas preferências mas, (existe sempre um "mas") no passado recente alguma melhoria e aposta nestes vinhos, melhorou consideravelmente a qualidade e imagem deste vinho junto do consumidor. Deixámos de ser Mateus e Casal Garcia, e temos hoje excelentes rosés nacionais a ombrear com os melhores lá fora.
O Sushi
É um preparado culinário japonês, cuja base é arroz cozido em vinagre, combinado com diversos ingredientes como peixe, marisco, legumes, frutas tropicais e ocasionalmente carne (frango maioritariamente). Existem muitos estilos de sushi, e nem me vou meter por esse caminho, mas que muitas vezes é confundido com sashimi, que é diferente, pois neste caso temos fatias finas de peixe com opção, ou não, de uma porção de arroz.
O sushi e sashimi são frequentemente servidos com gengibre avinagrado, wasabi, e molho de soja. Não sou o melhor expert e crítico nesta área, não foram muitas as ocasiões que comi, mas uma coisa é certa, sushi de qualidade e bem preparado, nada tem a ver com opções mais comerciais e disseminadas em cadeias de restauração.
Desta vez, a convite dos nossos amigos Mirenses e Leirienses, organizámos uma degustação de sushi e sashimi, de um dos melhores locais a prepará-lo em Leiria, o Yevgen Sushi, sugestão do entendido na matéria Flávio Cruz, amigo, surfista, lançador de foguetes, ocasionalmente mediador de seguros, e também gigolo nas horas vagas. E sendo objectivos, verdadeiros e coerentes, consideramos à data, o Yevgen, o espaço na região que melhor prepara e serve este formato de refeição.








O Vinho Rosé e não só
Quando temos que escolher ou eleger um vinho que acompanhe um prato japonês ou oriental como o sushi, o vinho rosé ou vinho branco são escolhas perfeitamente unânimes, especialmente pelo seu perfil aromático discreto, frescura e ligeireza. Um vinho tinto estragaria por completo o conjunto.
A minha eleição foram dois vinhos rosés, o primeiro, um Rosé Vulcânico 2015, da Azores Wine Company, um rosé único e singular, fora do habitual, elaborado de vinhas velhas do Pico, num ambiente marítimo e atlântico especial, uvas que cresceram em solo rochoso vulcânico praticamente infértil, excepto para estes vinhos.


O segundo, um Covela Rosé 2015, da Quinta da Covela, um vinho rosé elaborado a partir da casta nobre, a Touriga Nacional, de paladar seco, mas de excelente sensação de boca, de final longo e persistente, um vinho rosé que é vinho! Lanço um pedido, deixem os lambruscos malta, muitos deles são vinhos estupidamente inferiores, e olhem para alguns destes rosés e mesmo espumantes que temos por cá. Digamos que estamos a ir do 8 ao 80.



Acabámos também por trazer um vinho branco à mesa, a pedido dos nossos amigos, e o escolhido foi o Vale da Poupa Moscatel Galego 2015. Um vinho branco seco da zona de Favaios, muito aromático e fresco, delicado, direi que não é muito dado ao meu gosto em termos de brancos, mas mais uma boa opção que escorrega e agrada a toda a mesa, casa muito bem com salmão e atum cru, e o público feminino gosta desta variante.



Rosé Vulcânico 2015
Região: Açores, Ilha do Pico
Castas: Vinhas Velhas (indeterminadas)
Teor Alcoólico: 12,5º vol
Vinificação e Enologia: Colheita manual em cestas de 40 kg, uvas seleccionadas com rigor e, em seguida, esmagadas e transportadas para os tanques de fermentação sem a ajuda de bombas. Posterior maceração de 3 a 6 horas a baixa temperatura, e a purga resultante fermentou espontaneamente a 12 ° C, a fim de manter todo o potencial aromático.
Notas de Prova: De cor rosa pálido, no nariz marca algum fruto vermelho discreto, que transmite frescura aromática, associado a alguma mineralidade. Na boca, apresenta um corpo médio que surpreende de imediato, com alguma pujança, mineral e salino, num conjunto que marca a diferença no mundo do vinho rosé.
PVP: cerca de 12€
Covela Rosé 2015
Região: Vinhos Verdes (na transição da zona granítica dos Vinhos Verdes e do Baixo Douro)
Castas: 100% Touriga Nacional
Teor Alcoólico: 13º vol
Vinificação e Enologia: Uvas rigorosamente seleccionadas, sem adição de leveduras de compra, "artificiais", logo um processo fermentação espontânea pelas luvas presentes nas uvas em cubas de aço inoxidável a temperatura controlada.
Notas de Prova: Vinho cor rosa pálido, no nariz muitas componentes florais e algum fruto vermelho, a transmitir uma complexidade aromática interessante e enigmática. Na boca, é um vinho que prima por ser seco, num conjunto fresco com uma ténue austeridade a transmitir uma excelente sensação de boca, com final persistente.
PVP: cerca de 10-11€
Vale da Poupa Moscatel Galego 2015
Região: Douro
Castas: 100% Moscatel Galego Branco
Teor Alcoólico: 13º vol
Vinificação e Enologia: Fermentação e estágio em cuba de inox sobre borras finas até ao engarrafamento.
Notas de Prova: De cor branco-esverdeado, revela todo o aroma floral da casta que lhe dá origem, na boca algumas notas de frutas tropicais, num perfil seco e de acidez fina mas equilibrada, com boa presença de boca, e de final persistente e autêntico de um bom Moscatel.
PVP: cerca de 9€
Espero que tenham gostado das nossas recomendações, experimentem e digam de vossa justiça, um brinde a todos nós e "nozes"!
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