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  • Foto do escritorNelson Moleiro

Ribafreixo Wines - Adega e Vinhos


Ribafreixo Wines

Ribafreixo! O nome pode soar a desconhecido, e mesmo no mundo vínico nacional nem todos o reconhecem ou sequer associam! Pois é, mas isso tem tudo uma explicação e fundamentação base, o ADN do projecto e da empresa. Ribafreixo Wines nasce de um sonho e projecto pessoal, quanto ao crescimento, sempre baseado no reconhecimento e contacto pessoal entre consumidores e produtor. Daí não vermos o nome associado a grandes eventos, ou nas bocas dos grandes media de divulgação. Esta Adega nasceu com o intuito de criar bons vinhos a preços competitivos, vinhos esses destinados ao mercado externo, mas sem descurar o nosso país, focando-se essencialmente nos novos hábitos de consumo e preferências, mas mantendo também alguma componente tradicional no seu seio. Se visitarem a Ribafreixo Wines, ou simplesmente forem ver os seu vinhos no site, facilmente vão perceber pelo portefólio existente, que os vinhos brancos dominam. E não é essa a tendência mundial? Não se bebe cada vez mais branco?

E como chego eu aos vinhos Ribafreixo?

Tudo começou quando compareci nos últimos meses de 2016 a uma prova de vinhos numa garrafeira local, neste caso a Vinharia Portuguesa, localizada na Marinha Grande. Ribafreixo era nome que me dizia pouco, simplesmente tinha dois vinhos brancos por casa, os quais ainda nem tinha aberto, e que tinha comprado de forma aleatória e no desconhecido. Na prova contactei com alguns dos vinhos, aprofundei conhecimento desses mesmos vinhos e também da região, mas em conversa aqui e conversa ali com o representante, Vítor Oliveira, deparei-me com a enorme paixão com que falava do projecto Ribafreixo, dos seus vinhos e a Adega. No final ficou o convite para uma futura visita à Ribafreixo Wines e ver in loco toda a dinâmica e filosofia da produção dos seus vinhos. E foi assim que aconteceu, neste mês de Março lançámo-nos à estrada e fomos à Vidigueira conhecer a empresa e também fazer uma prova mais especializada e completa.

Ribafreixo Wines

 

a Adega

 

Com cerca de 10 anos, é um complexo muito moderno, com os melhores equipamentos e com funcionalidade total, criteriosa e lógica, desde a entrada das uvas ao produto final engarrafado. Seria exaustivo e nada apelativo estar a descrever ao detalhe todos os aspectos positivos do espaço, mas não podia deixar de destacar a enorme limpeza e cuidado em toda a Adega. Mais que as palavras, o que vale mesmo é fazer uma visita, ir conhecer, e aproveitar a maravilhosa visita proporcionada pela senhora Anabela Pinheiro, garanto-vos que é muito enriquecedora.

Quanto às vinhas, o conceito é tratar bem delas ao longo do ano, bons cuidados, boas uvas, é muito simples! Interferir o mínimo possível e respeitar todo o ecossistema circundante, para além de que a Ribafreixo Wines implementou a certificação "Vegan Friendly" para ir ao encontro das novas exigências de mercado, onde o estilo vegan prospera e prospera e prospera. Pois é vegans, têm aqui um produtor de vinhos que se encaixa na vossa ideologia, que se compromete a usar elementos alternativos de origem mineral, não usando ingredientes e derivados de origem animal.

Mas fundamentalmente posso dizer hoje com toda a clareza que todo o processo meticuloso implementado na Ribafreixo, que obviamente envolveu forte investimento, aliado à poupança de recursos naturais e redução de desperdícios, permitem ter vinhos no mercado com uma óptima relação qualidade/preço.

Ribafreixo Wines

 

Os Vinhos Ribafreixo e a Prova

 

A nossa prova decorreu no restaurante da Adega, local normalmente destinado para pequenos grupos, para além de que tínhamos decidido almoçar em continuação com a prova de vinhos, ou seja, o ideal! Não vou cometer o erro de descrever todos os vinhos, até porque das 14 referências do portefólio Ribafreixo só não provámos 5 vinhos, e que se divide em 4 gamas distintas, Pato Frio, Gáudio, Connections e Barrancôa.

Ribafreixo Wines

Barrancôa é a gama de entrada, com um tinto e um branco, descomprometidos e simples, para os consumidores menos exigentes. Depois surge a gama Pato Frio, pioneira na Ribafreixo, que é composta por 3 brancos, um rosé e um tinto, dos quais destaco os dois brancos de Antão Vaz, e o Rosé de Touriga Nacional. A gama Gáudio surgiu como uma necessidade de aumentar a oferta e diversidade, com a introdução de mais 6 vinhos, 2 brancos, 2 tintos, um rosé, e um licoroso, novidade e já aqui falado no blog. No Gáudio o meu destaque vai para o Rosé (Touriga Nacional e Aragonez), o Tinto Reserva (um blend de Alicante Bouschet e Touriga Nacional, proporção 80/20) e o Licoroso de Antão Vaz. Por fim temos a gama premium, Connections, neste momento com um único vinho, um branco de Chenin Blanc, casta famosa da África da Sul, sendo que o nome Connections, tal como a própria palavra indica, faz a conexão entre África do Sul e Portugal, tudo em virtude do percurso de vida de Mário Pinheiro, um dos sócios, que viveu muitos anos nesse país Africano e que trouxe a sua paixão e empreendedorismo para o mundo dos vinhos da Vidigueira, e daqui nasceu o único vinho português de uva Chenin Blanc. Não o provámos, a colheita de 2016 vai sair já amanhã dia 1 de Abril, não é mentira, o de 2015 voou do stock, mas mesmo assim mexendo uns cordelinhos já temos umas garrafinhas da colheita de 2015 aqui em casa para degustar. Esgotado, mas no entanto já cá chegou, brutal! Cenas para os próximos capítulos.

A nossa experiência

Basicamente degustámos alguns vinhos como aperitivos, e outros ao longo da refeição!

Aperitivos

Pato Frio Rosé Cashmere (100% Touriga Nacional)

Gáudio Rosé (80% Touriga Nacional e 20% Aragonez)

Pato Frio Antão Vaz

Pato Frio Antão Vaz Grande Escolha

Pato Frio Rosé é o meu preferido nos rosés, cor salmão muito suave, com alguns aromas de frutas vermelhas maduras, na boca é muito fresco, seco e envolvente, com nota mineral muito vincada, ideal para tardes de piscina. Contudo, cada um com a sua experiência, a Sofia por exemplo já prefere o Gáudio Rosé, mais carregado na cor e bem mais frutado, não tão fresco, mas elegante e com nervo de teenager.

Ribafreixo Wines

Nos brancos vamos ao mesmo, opções diferentes, não tão pelos gostos pessoais mas sim por expectativas diferentes. Pato Frio Antão Vaz, um vinho jovem que revela no nariz todo o potencial aromático tropical da casta, com alguma mineralidade na boca, mas onde a componente frutada do vinho se destaca, num conjunto fresco e jovem. Pato Frio Antão Vaz Grande Escolha, o meu eleito, onde a fermentação e estágio parcial em carvalho francês, dão a este Antão Vaz de vinhas velhas uma estrutura mais encorpada, envolvente e marcante, sem que com isso retire o carisma da casta tanto no nariz como no paladar, mas sim modera esse grande potencial, e integra tudo num vinho muito poderoso, um bom vinho branco para pratos com alguma estrutura.

Ribafreixo Wines

Entradas e Prato de Peixe

Gáudio Verdelho

Gáudio Alvarinho

Dois bons exemplares de castas com excelente adaptação ao terroir alentejano. Muito distintos de outras zonas vinícolas mais emblemáticas das castas em questão, por isso nunca poderão ser considerados o ex-líbris da casa. Contudo um Verdelho com bom volume e algumas notas vegetais típicas, o Alvarinho com notas cítricas e mineralidade, de aroma muito vigoroso, na boca revela frescura, mas sem descurar a estrutura de um vinho nascido no Alentejo. Não é um Alvarinho dos Vinhos Verdes, tem um cunho próprio da terra onde nasceu e cresceu.

Ribafreixo Wines

Prato de Carne

Gáudio Tinto Clássico

Gáudio Tinto Reserva

Para a mesa vieram os 2 vinhos tintos Gáudio, o Clássico (40% Touriga Nacional, 40% Alicante Bouschet, 10% Aragonez e 10% Tinta Miúda) e o Gáudio Reserva (80% Alicante Bouschet e 20% Touriga Nacional). Aqui demarca-se o Reserva, vinho de lote que estagiou 13 meses em barricas de carvalho francês a que se juntou um sono de beleza de 16 meses em garrafa. É um vinho tinto que penso ter potencial de evolução, com uma boa integração da barrica, sem exageros, com aromas florais marcantes, e algumas especiarias e componentes de tabaco transmitidas pela barrica. Um vinho que enche a boca, também as medidas, com final de boca complexo e prolongado, e que certamente vai crescer com alguns anos a hibernar.

Ribafreixo Wines

Sobremesa

Gáudio Licoroso

Aqui não tenho muito a dizer, já que anteriormente dei bastante evidência à mais recente novidade na Ribafreixo, o seu Licoroso de Antão Vaz. Remeto ao meu artigo sobre este vinho (Táscuela Xiripiti da Semana - Gáudio Vinho Licoroso)

Para quem gosta da passeata ligada ao enoturismo, visitar a Vidigueira é uma óptima sugestão, e concretamente a Ribafreixo Wines é um local que recomendo para visita. Um excelente espaço e projecto, focado muito nos vinhos da nova tendência de consumo, de estilo mais descontraído e adaptado aos gostos modernos, onde os vinhos brancos são forte aposta no mercado externo, nunca esquecendo as nossas origens, ou seja, as nossas castas de uvas como trunfo de diferenciação nesse mercado tão competitivo e difícil. Um especial agradecimento ao Vítor Oliveira, que é graças a ele e ao seu trabalho que viemos ao Alentejo visitar a Ribafreixo, e também à senhora Anabela Pinheiro pela grande arte de bem receber, simpatia e profissionalismo na tour.

Uma dica final, o restaurante é de visita obrigatória, tanto para quem visita a Adega, mas também para quem vá de passagem pela região. Uma vasta carta de pratos regionais confeccionados com muita mestria, a preços muito em conta, e que são acompanhados com os vinhos da casa. Até breve.

#RibafreixoWines #Vidigueira #enoturismo #Alentejo #AntãoVaz

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