Nelson Moleiro
Caladessa Branco Escolha 2014

Mês de Agosto, o mês em que Portugal inteiro vai de férias, que regressam os saudosos emigrantes, o mês do mítico Dino Meira e das festarolas das terrinhas. É possivelmente a altura do ano que mais garrafas de vinho abrimos, mas também a altura que fazemos uma pausa e perdemos menos tempo a escrever sobre este sumo de uva. Contudo, um pensamento aqui, outro ali, e cinco minutos à Benfica permitiram-me escrever sobre um dos vinhos brancos que provei nestas últimas semanas. Trata-se de algo menos provável no meu saca-rolhas recente, um branco alentejano, Caladessa Branco Escolha 2014, da Herdade da Calada, um vinho de preço acessível, fora da oferta comercial habitual e monótona, e com um blend interessante em pleno Alentejo. Temos então Alvarinho, Arinto e Fernão Pires.
O Alvarinho dá corpo e vigor a este vinho, algum teor alcoólico, que apesar de tudo não é perceptível, e juntamente com a Fernão Pires eleva a palete aromática, muito complexa e vasta, de índole marcadamente frutada. A introdução do Arinto, permite balancear todo este conjunto numa harmonia interessante, transmitindo a acidez viva e frescura necessárias, e uma ligeira mineralidade a domar todos os aromas e sabores frutados.

E porque decidi falar deste Caladessa Branco 2014? Ora então porque acho que é um vinho que se enquadra no gosto das massas, os vinhos brancos frutados, e nesse registo está um vinho muito bem conseguido, demarcando-se daqueles vinhos enjoativos e quentes. Se é vinho que se enquadra nas minhas preferências pessoais? Não, claramente não é! Eu é mais seco e mineral, mas sendo objectivo e coerente é um excelente vinho, muito bem elaborado, o qual recomendo.
Caladessa Branco Escolha 2014
O vinho no copo apresenta uma bonita cor palha, muitos aromas de frutas tropicais e notas cítricas limonadas. Podia estar aqui a descrever toda a salada de frutas mas não é isso que se pretende. Tem boa acidez, muito viva, vibrante, na boca é um vinho delicado e envolvente, com boa estrutura e corpo, de final longo e bem definido. De ressalvar que estamos a falar de um vinho que não custará mais que 7€, e quantos vinhos temos por aí por esse valor e até mais caros que são chatos, repetitivos e padronizados? Gostei, optei por compreendê-lo, e foi mais um vinho com que obtive prazer e aprendizagem.




Castas: Alvarinho, Arinto, Fernão Pires
Região: Alentejo
Teor Alcoólico: 13,5% Vol
PVP: +- 7€
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