Boango Branco 2016
O Hugo Oliveira Silva tem levado o projecto da Adega Artesanal avante com pequenos passos, mas sólidos, focado na autenticidade e crença nos vinhos que produz, arriscando na intervenção minimalista e carácter puro em todo o processo, desde as vinhas até à garrafa. Não será o caminho mais fácil, mas é o melhor, que diferencia e origina produtos de excelência. Desta vez foi altura de provarmos o Boango Branco 2016. São uvas provenientes de vinhas localizadas em pleno coração do Douro, uma região muitas vezes dominada pelo forte calor. Esta é uma observação que não considero circunstancial, pelo contrário, fulcral e pertinente, pois à partida remete-nos a uma ideia preconcebida e alguns pressupostos acerca da prova do vinho que temos pela frente. Sim, na prova de vinhos existe muita objectividade, mas nunca deixará de existir uma forte componente subjectiva, e a piada reside nisso mesmo. E o resultado? Isto será mesmo Douro? Será mesmo? Não temos antes Bairrada no copo?
Boango Branco 2016
Castas: Blend duriense
Região: Douro
Teor Alcoólico: 12,5% Vol
PVP: +/- 4€
Um agradável vegetal e equilíbrio da fruta, fugindo completamente aos exageros frutados que assistimos muito por aí. Além disso acidez bem vincada, apaixonante, daquela que dificilmente encontramos no Vale do Douro, que pessoalmente aprecio e gosto de realçar. Depois, a sensação de mineralidade e secura, grandioso potencial de evolução, muito gastronómico, e tudo por cerca de 4€. Um Branco do Douro fora da caixa! A prova cabal que se podem fazer brancos que não cheirem só a flores, e na boca não se tornem uma explosão de fruta em forma de concentrados de frutas! Grande acidez, mineral, ainda nervoso pela sua juventude que alguns apelidarão certamente de vinho desequilibrado. Para evoluir e para a mesa. É viril, gostei muito, e quero ver a sua evolução futura.
Um brinde!
