Nelson Moleiro
Pelluda 2016 e Pelludo 2015

A minha caminhada vínica tem sido uma autêntica jornada de experiências vínicas e aprendizagens, felizmente sempre assente em alicerces humanos, convívio, sentido de humor e debate são. Quantos de nós, que pouco sabemos deste universo vínico, mas que procuramos incessantemente por mais, não passamos por um processo de afirmação pessoal? De tentarmos estruturar o nosso perfil? Ou, deixando as tretas, encontrar o que realmente gostamos? Mas enquanto vamos procurando o Santo Graal, na prática quem nos olha de fora julga que o nosso gosto assenta na complexidade de vinhos, muito trabalhados, polidos, e por aí adiante. Pois é meus caros, eu por mim falo, tudo ao contrário! Quanto mais bebo e provo, mais me satisfaz a simplicidade e pureza de um vinho, simples, directo, apetecível. E isto leva-me ao que trago hoje, Pelluda e Pelludo, duas referências da Quinta da Pellada produzidas para Os Goliardos. Estamos a falar de vinho meus caros, castas autóctones, produção tradicional e intervenção minimalista. Digamos que cada um à sua maneira, são vinhos do caraças. Gosto particularmente do Pelluda (não das peludas), um vinho que se mostra crescido e sem extremismos no nariz, bem sereno e contido como se pretende, algum vegetal. Na boca, a secura e acidez do Dão, a elevar o vinho para altos patamares de satisfação de quem o bebe e não se limita a provar. Arre porra mais ao sacana do granito da Serra! Acredito fielmente que terei uma enorme surpresa com a evolução em garrafa, isto se tiver cojones para o deixar descansar. Uma garrafa torna-se curta perante um vinho de tamanha dimensão, mas que no fundo é tão simples. Não comprem nem tão pouco os bebam, não desperdicem, deixem isso para quem gosta de vinho!
Até breve!

Pelluda Branco 2016

Castas: Encruzado, Bical, Cerceal-Branco, Malvasia-Fina e Gouveio
Região: Dão
Teor Alcoólico: 12,5% Vol
PVP: +/- 7€
Pelludo Tinto 2015

Castas: Tinta Roriz, Jaen e Touriga Nacional
Região: Dão
Teor Alcoólico: 13% Vol
PVP: +/- 7€