Nelson Moleiro
Trimbach Riesling 2014 e Casas Altas Riesling 2011

Nas últimas semanas procurei actualizar-me sobre uma das uvas brancas mais emblemáticas do Velho Continente, a casta Riesling, rainha na Alsácia em França, e em Mosel na Alemanha. É uma uva capaz de originar alguns dos vinhos brancos mais longevos e complexos a nível mundial, onde o destaque é o tremendo equilíbrio que mostram entre doçura e acidez. Podem ir desde secos a mais doces, inclusivé colheitas tardias (podridão nobre), sendo os Rieslings mais famosos os mais doces ao invés dos secos. Como já referi, a grande vantagem deste terroir é a acidez que evidencia nos vinhos contrabalançando com o açúcar residual, aliada à boa resistência da uva a temperaturas baixas e mesmo negativas. Os vinhos dos melhores produtores manifestam toda a expressão da casta, com aromas e sabores ricos e vivos, bouquets exuberantes e enigmáticos, a que se junta um excelente corpo e estrutura, com profundidade, acidez e secura em boca.
A experiência que pretendi fazer, de forma a ganhar algum conhecimento pessoal comparativo, foi beber um Riesling seco de gama de entrada de uma das casas mais conhecidas e comerciais da Alsácia, a Trimbach à Ribeauvillé, e posteriormente compará-lo com um Riesling português, já estabelecido no mercado, de forma a procurar perceber o potencial e expressão desta uva em território nacional. Para tal escolhi o Casas Altas Riesling 2011, Beira Interior, sub-região de Pinhel, vinho que já tinha bebido noutra ocasião há cerca de dois anos, mas que revoltei a repetir.
Trimbach Riesling 2014
É um vinho seco, que no nariz emana um bouquet floral suave mas rico, algo mineral, que aprecio. Na boca, a sensação de maçã verde e lima. Rico, limpo, final seco e longo. Um vinho que apesar de ser do mais standard e de entrada de gama, se revela um excelente vinho para acompanhar peixes, sushi, mariscos, carnes brancas e mesmo para bebê-lo a solo.

Castas: Riesling
Região: Alsácia
Teor Alcoólico: 12,5% Vol
PVP: +/- 17€
Casas Altas Riesling 2011
No nariz fruta branca fresca, alguma nuance da "querosene" típica da casta, mas ligeiro e diria mesmo rico. Na boca é muito marcado pelo sabor cítrico, alguma maçã e fruta branca madura, o sabor petrolado nem por isso, com boa acidez e persistência em boca. A principal diferença que noto em relação ao Riesling francês provado, é uma sensação de uva mais maturada, certamente devido ao clima mais quente e à maior exposição solar. A mineralidade, apesar de presente, não é tão vincada. De qualquer forma um vinho muito bem elaborado e boa surpresa.

Castas: Riesling
Região: Beira Interior
Teor Alcoólico: 13% Vol
PVP: +/- 11€
O que falta agora? Ir beber grandes Rieslings Alsacianos. Até já!






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