Nelson Moleiro
- 1 de jun. de 2018
- 2 min para ler

Atalaya Tinto 2011

Os vinhos de Rui Roboredo Madeira são dos vinhos mais conhecidos e difundidos do Douro, entre eles o CARM foi uma das minhas referências no início desta caminhada, o Reserva Tinto era vinho que tinha sempre em jantares para brilhar entre compinchas. A evolução pessoal no perfil vínico levou-me noutras direcções. Há pouco tempo num lote de compras numa garrafeira decidi comprar esta referência, Atalaya Tinto 2011, nunca tal tinha provado ou sequer conhecia. Já com 7 anos, julguei ser um bom momento para ser bebido e testado. Um típico blend duriense, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, com vinhas em solo granítico e xistoso no Douro Superior. De facto o granito oferece uma agradável e apelativa mineralidade ao vinho, frescura e carácter elegante, já as vinhas em xisto, com mais calor reflectido e incidência, oferecem fruto com mais concentração e maturação, intensidade e pujança. O vinho estagiou 18 meses em barrica. Cor muito intensa, rubi e carregada. No nariz a fruta é de boa qualidade, notas florais das tourigas, algum violácea. Na boca, fruta vermelha madura, bem alicerçada a taninos de boa qualidade, bem presentes, boa mineralidade a dar um final de boca longo e proeminente. Tudo isto seria espectacular se não tivesse que ter procurado tudo muito bem por detrás da barrica e das notas especiadas do carvalho. Temos um excelente vinho que é "abafado" pelo estágio concedido. Só depois de abrir, decantado, e com o tempo consegui lá chegar. Pode ser inexperiência? Sim, pode! Pode ser perfil pessoal não alinhado? Sem dúvida. Neste caso aposto mais no perfil do vinho! É um bom vinho, mas por favor, está na altura de perceber e aplicar melhor e criteriosamente a barrica no vinho. Nunca, mas nunca mesmo, madeira acima do vinho.

Acompanhou uma refeição de bifes de vitela com cogumelos de lata. Como acompanhamento, couscous, batata doce frita, salada de beterraba, rúcula e tomate cherry com queijo feta.

Atalaya Tinto 2011