Nelson Moleiro
Quinta dos Roques Encruzado 2014, uma referência no Dão

Conhecem muitos produtores em Portugal que concebam vinhos brancos para envelhecer? Vinhos que com o tempo em garrafa vão ganhando estrutura e complexidade? No coração do Dão (a Borgonha portuguesa), temos a Quinta dos Roques, um produtor que dispensa apresentações a qualquer amante de vinhos do interior, uma casa clássica e mais que reconhecida em Portugal e no estrangeiro. Só há um par de anos contactei mais de perto com os seu vinhos, inicialmente na qualidade excepcional dos tintos, mas com o tempo, e à posteriori, em alguns dos seus brancos encontrei o aspecto a que me refiro no início do texto. O Encruzado de Roques retrata ao máximo a potencialidade e carisma da região nos vinhos brancos que produz. Regra geral, vinho que repercute o Dão clássico, um encruzado que em novo é pouco marcante no aroma, boca muito subtil, que muitos considerarão curto, mas que com o tempo em garrafa ganha a complexidade aromática própria da casta, e em que a frescura e volume de boca estão em perfeito equilíbrio com as notas tostadas da fermentação em barrica. Harmonioso, equilibrado, e sem imposições, permitem-lhe ser uma autêntica bomba gastronómica, para mim uma referência do Dão, e certamente um dos meus encruzados predilectos para guarda. Vou tentar cumprir...tentar!
Quinta dos Roques Encruzado 2014
Parte de lote fermentado em barrica e outra parte em inox, dão lugar a um vinho ainda novo, com capacidade para se agigantar no futuro. Ainda muito subtil no nariz, alguns citrinos e notas de pêssego dissimulados no aroma de barrica. A boca é de uma frescura tremenda, acidez bem integrada, e uma óptima mineralidade que o torna salivante. A integração da barrica já lhe confere algum carácter untuoso mas com a idade permitirá, sem sombras de dúvidas, estarmos diante de um grande vinho branco do Dão.
Castas: Encruzado
Região: Dão
Teor Alcoólico: 13,5% Vol
PVP: +/- 15€



