Nelson Moleiro
Domaine Ostertag Vignoble d'E Riesling 2012

Comida picante, com características agridoces, sabores exóticos, são tudo pratos e gastronomia que aprecio bastante. A comida asiática fascina-me, conseguem com poucos recursos, inclusive pouca proteína, conceber pratos fabulosos, uso extremoso e genial das especiarias. No que toca a harmonizar esta cozinha com vinhos, os vinhos brancos com alguma doçura residual são escolhas imperativas, e de facto a minha experiência com o Riesling alsaciano, faz com que recorra bastantes vezes a estes vinhos como pares ideais à mesa. O Riesling da Alsácia classificado como mais seco, ainda assim, tem aquele açúcar residual inerente à uva e terroir, que aliado a uma acidez vincada e estrutural, permite uma harmonia ímpar com pratos picantes e especiados.
No conforto do lar ao fim-de-semana, decidi dar-e a uma experiência gastronómica, Caril Tailandês de Frango e Côco, acompanhado com Domaine Ostertag Vignoble d'E Riesling 2012. Adaptei a receita da Averie Cooks que poderão consultar aqui.


O Domaine Ostertag utiliza práticas biodinâmicas há décadas, certificadas desde 1998, contemplando cerca de 15 hectares de vinhas, distribuídas por mais de 80 parcelas e em vários povoados da região, onde se destacam Epfig, Nothalten, Itterswiller, Ribeauvillé e Albé. Neste Vignoble d'E, a letra "E" significa a aldeia de Epfig, e é das vinhas que rodeiam Epfig que provém o vinho. André Ostertag com esta referência de entrada pretende evidenciar mais a casta Riesling que o terroir em si, pese embora a filosofia de viticultura biodinâmica conseguir sempre fornecer complexidade e matéria ao vinho.
Domaine Ostertag Vignoble d'E Riesling 2012
Tem um nariz muito equilibrado, generoso e perfumado, com citrinos, algum floral e mel, sem sinal significativo de evolução. Em boca evidencia sabores cítricos a lima, toranja, alperce e maçã verde, com um muito ténue apontamento apetrolado, mas com grande acidez, de final mineral e longo. Este vinho resulta perfeitamente com o picante e especiaria do caril, ganhando o conjunto, equilíbrio e harmonia, não se sobrepondo o vinho ao prato, nem o prato ao vinho, ao fim de contas, o que se pretende sempre quando falamos de harmonização vinho/comida. Este Riesling mostrou também bom cabedal para acompanhar um Queijo Curado da Ilha de São Jorge, denotando excelência a envolver a salinidade presente no queijo.
Fermentação com leveduras indígenas e estágio de um ano sobre borras em tanques de inox.
Castas: Riesling
Região: Alsácia, França
Teor Alcoólico: 12,5% Vol
PVP: +/- 17.5€




