Nelson Moleiro
Madre de Água Experimentum Syrah 2016

A uva Syrah não faz parte da espinha dorsal do Dão, nem nunca o deverá fazer, assim esperamos. O Dão autêntico e distinto está indexado às castas tradicionais autóctones. Contudo a meu ver, um terroir serrano em altitude, parece-me o local mais racional para uma experiência pontual com esta casta em Portugal. Já bebi várias referências da Quinta Madre de Água, fundamentalmente brancos, é a primeiríssima vez que bebo o monocasta Syrah, aqui na colheita de 2016. Este vinho, a par com o Merlot, ao contrário do que gostaria de concluir e criticar, são vinhos muito interessantes, distintos e sem pares em território nacional.
O vinho depois de abrir, oxigenar, mostra boa elegância, discreto, harmonia no nariz e boca, com fruto vermelho e negro maduro, notas minerais, algum bosque com notas mentoladas e tinta da china, acidez quanto baste, taninos médios e macios que o tornam apto para ser bebido desde já. Não é o registo de vinho que procuro, porque defendo a aposta na herança nacional como factor fulcral para a distinção e reconhecimento dos nossos vinhos, contudo tenho que concordar e respeitar que se trata de um bom Syrah, ao contrário de muita xaropada concentrada e extraída que vamos vendo por aí.
Castas. Syrah
Região: Dão
Teor Alcoólico: 13% Vol
PVP: +/- 9,50€

