Ataíde Semedo Millésime Bruto 2014
Como já falado em diversas ocasiões anteriormente, a oferta de vinhos em Portugal tem crescido quantitativa e qualitativamente. Os espumantes surgem no topo como um exemplo dessa evidência na qualidade melhorada. Tínhamos nas últimas décadas alguns espumantes bons, uns assim-assim e muita paisagem pelo meio. Passámos a ter alguns assim-assim, uma variada oferta de bons espumantes e algumas grandes referências. Ataíde Semedo Millésime Bruto, é para mim, uma das melhores referências a nível nacional, com relação preço-qualidade muito equilibrada. A questão torna-se mais complicada quando o factor preço dispara para certos patamares, um tema muitas vezes debatido entre grupos de enófilos a que pertenço. Quando chegamos a ver espumantes a baterem nos 30€, 40€ ou ainda mais, não começamos conscientemente a pensar em Champagne? Chardonnay e Pinot Noir da zona de Champagne? Uma das zonas com preço da uva mais cara no mundo? Lançar assim uma garrafa com rótulo de nota 50€ para o mercado só porque sim, sem qualquer sustentação ou historial de consistência, poderá tornar-se muito perigoso.
Mas indo ao encontro do que me proponho falar hoje, Ataíde Semedo Millésime Bruto 2014, um produtor de pequena dimensão da região da Bairrada que espumantiza recorrendo ao método tradicional, sendo o lote constituído habitualmente por castas como Cerceal, Bical, Chardonnay e Pinot Noir.
O vinho apresenta-se muito límpido, uma cor amarelo-palha ténue, bolha fina, com um nariz muito apelativo e apaixonante, aromático, com notas de citrinos e fruta branca de caroço, sempre elevando a frescura que detém. Em boca, uma mousse bastante cremosa, com apontamentos de maçã e fruto seco, presença de sabores e aromas secundários de panificação, brioche, algo que aprecio bastante e me faz remeter Ataíde Millésime para um ADN champanhês. Tem um final seco, longo, salivante como se pretende num bom espumante.
Castas: Cerceal, Bical, Chardonnay e Pinot Noir
Região: Bairrada
Teor Alcoólico: 12,5% Vol
PVP: +/- 18€
