Nelson Moleiro
Billaud-Simon Chablis Grand Cru Les Blanchots 2015

A região de Chablis dorme sobre um leito de sedimentos marinhos, algas, conchas, etc, que se formaram há milhões de anos, conhecido como Kimmeridgian. Isto faz com que, apesar de estarmos num âmbito geográfico continental, o solo rico em minerais marinhos como o iodo, aporte às raízes das vinhas nutrientes e minerais que fornecem um carácter único ao Chardonnay.
O Domaine Billaud-Simon é uma casa secular familiar fundada em 1885. Contudo em 2014 foi adquirida pelo Domaine Faiveley. Bernard Billaud e o seu neto Samuel Billaud estavam na frente do negócio na altura da compra, e na consequência dessa aquisição e fim de vida da conjuntura familiar de negócio, Samuel acabou por sair e criou o seu próprio projecto de vigneron com algumas vinhas que herdou da sua cota familiar.
Este breve enquadramento histórico, permite entender que este Billaud-Simon Chablis Grand Cru Les Blanchots 2015 já foi feito com o cunho da Casa Faiveley. Desconhecia tal facto sobre este vinho até o ter comprado e ter procurado um pouco mais de informação sobre o produtor. Decidi escrever umas breves palavras sobre este vinho de parcela pois foi dos melhores Chardonnay de Chablis que bebi nos últimos tempos, diferenciado, um grande vinho à semelhança de Dauvissat e Raveneau no estilo qualitativo. Os Grand Cru de Chablis estão em vias de extinção para a nossa carteira, os preços têm escalado, tendo em conta outras sub-regiões de primeira linha da Borgonha, em Chablis ainda se consegue ir a jogo com maior ou menor grau de dificuldade, é aproveitar enquanto se tem qualquer coisa para beber.
Apresenta-se com nariz elegante, aromático, com um floral ligeiro que remete a flores brancas e fruta branca de caroço em plano secundário. Na boca untuoso e longo, citrinos e maçã verde, muita presença conferida pelo bom volume que aporta, com a dita mineralidade de fundo que tanta controvérsia provoca como descritor. Neste vinho em concreto, não é mais que uma clara salinidade de terroir, do solo. Encontro um vinho muito equilibrado, harmonioso, que mantém óptima acidez e com maturação no ponto a mostrar que é um vinho acima da média, guloso. Já se bebe bem, retira-se enorme gozo de o beber, mas afirmo, sem qualquer reserva, ainda ganhará muito em garrafa. Um vinho que nos enriquece em ser bebido.
Castas: Chardonnay
Região: Chablis, Borgonha
Teor Alcoólico: 13% Vol
PVP: +/- 95€

