Nelson Moleiro
Cascina Roccalini Barbaresco 2011

Se há vinho tinto que gostava de beber muito mais vezes, no registo certo, com as melhores referências de bons produtores, era sem dúvida Nebbiolo. Sejam Langhe, Barolo, Barbaresco, são vinhos que gosto bastante, muitos deles distantes para a nossa carteira, mas definitivamente vinhos com enorme classe e qualidade elevadíssima, tendo por base alguma amostra do que tenho provado.
Roccalini Barbaresco 2011. De cor tijolada, aberta, como é apanágio nos vinhos desta casta, fruto silvestre maduro, algum bosque e sensação de pinhal, ténue sensação a couro, e subtilmente especiado. O tanino está fino e já se sente alguma macieza, elegante, isto tendo em conta a rigidez habitual de muitos destes vinhos em novos. Sente-se um pouco o álcool, ligeiramente mais alcoólico que outros pares que tenho bebido, mas porra, que presença de boca, profundidade e longevidade. Mesmo para quem esteja a iniciar o percurso por estes vinhos, é algo pedagógico que nos abre os olhos, mostra algo mais. Paolo Veglio é o vigneron por detrás da Cascina Roccalini, pequeno produtor com cerca de 5 hectares de vinha, com princípios de viticultora orgânica.
Não temos por cá nada que se equipare a este estilo, mas não podemos negar a excelência. É inegável. Apeteceu-me dizer isto porque gostamos dizer que fizemos algo a lembrar tal, e tão bom ou melhor que aqueles gajos além fronteiras com a mania. Sim temos bons e grandes vinhos, podemos fazer bom e de excelência, mas com as nossas castas e no nosso registo e riqueza próprias. Parem de vez com a mania das comparações.
Castas: Nebbiolo
Região: Barbaresco, Piemonte
Teor alcoólico: 15% Vol
PVP: +/- 30€

