Nelson Moleiro
Messias Clássico Branco 2012

A publicação deste vinho tem como por intento vir falar de uma região que não vou bebendo muito regularmente mas que a par do Dão oferecem os vinhos que se encaixam mais no meu gosto actualmente. Tinha este Messias Clássico Branco 2012 já há uns tempos para abrir, que no meio de tanta curiosidade e novidade, foi ficando para trás como muitos outros, assumo mea culpa. Abri tendo como premissa procurar um perfil clássico bairradino para acompanhar um robalo no forno.
De facto, provado agora com uns anos, tem um nariz notável, grandioso diria, bons apontamentos de fruta branca de caroço com elevação pela fermentação/estágio na barrica, alguma sensação de resina, bouquet complexo, algo que espero sempre encontrar nos vinhos bairradinos de gama média-alta. Na boca boa acidez, contudo esperava mais volume e crepitação no palato, mais tensão, apesar da boa mineralidade e cremosidade de boca. Fica a sensação de ser um pouco flat a precisar de mais garra, porém a sua mais valia está na elegância, delicadeza e baixo álcool. Quando se refere a “clássico”, a minha experiência de prova destes, e outros vinhos Bairrada mais antigos, é diminuta, pelo que não sei se estará reflectido o classicismo genuíno.
Apesar de o ter considerado bom, mas não deslumbrante, vejo ser este um caminho interessante para os vinhos brancos portugueses. Deveriam existir mais exemplares como os que ainda se vão fazendo na Bairrada, apesar da menosprezada visibilidade e notoriedade que a região tem a nível a nível nacional. Eu beberia com mais regularidade este vinho se ele custasse um pouco menos, e nesse campo enumero o exemplo de Luís Pato Vinhas Velhas, que é para mim uma das grandes relações qualidade-preço da Bairrada, e de Portugal.
Castas: Cerceal e Bical
Região: Bairrada
Teor Alcoólico: 12% Vol
PVP: +/- 18€
