Nelson Moleiro
Niepoort Caracolete 2015
Atualizado: 19 de abr. de 2021

Os novos vinhos da Quinta de Baixo despertam em mim uma paixão, mas que em certos doutorados despertam reacções de urticária crónica, uma comichão incessante, talvez pela ressaca de açúcar residual que tanto adora. Sempre que surgem vinhos de produtores que entram na linha do estilo de vinhos que procuramos e identificamos, nós, os enófilos mais acérrimos, não hesitamos, compramos de olhos vendados somente com base em apontamentos prévios sobre as suas caraterísticas. A Niepoort lançar um branco bairradino com 5 anos de estágio é aos meus olhos um trigger de must taste, para o bem ou para o mal, não consigo ficar indiferente. Obviamente se estivermos a falar de vinhos com preço comportável e ajustado.
O Caracolete 2015 é um vinho proveniente de vinhas velhas de Maria Gomes e Bical com cerca de 50-60 anos, com fermentação espontânea com uva inteira. A vinificação ocorreu em inox, com maceração pelicular de um mês, onde fez maloláctica e estagiou durante 5 anos, antes de ser engarrafado sem ser sujeito a qualquer filtração em Agosto do ano passado.
Quando bebo o Caracolete sinto aquela explosão de boca, estou perante algo vibrante, uma salinidade e sensações de palato a crepitar que cativa a atenção e confere dimensão de boca em várias camadas, muito interessante. O calcário a dar vivacidade, muita mineralidade acoplada a alguns cítricos, seco, onde um acrescento de complexidade do estágio não belisca a espinha dorsal do terroir natal, frescura, acidez e salivação em boca. Nariz com ténues notas de redução, com muita fruta branca de caroço em bom nível de maturação, algum floral, com o tempo de abertura e arejamento o vinho estabiliza e cresce para uma degustação prazenteira.
Castas: Maria Gomes e Bical
Região: Bairrada
Teor Alcoólico: 12% Vol
PVP: +/- 25€

