Quinta de Santiago Rascunho Alvarinho Experimental 2015 e Eulogio Pomares Carralcoba Albariño 2015
Estamos perante uma publicação de índole tendenciosa, falo de uma das castas brancas que mais aprecio, isto quando se apresenta nas suas melhores roupagens, verdadeiros exemplares que repercutem o potencial regional, alvarinhos diferenciados e distintos. Se vens à procura de salada de fruta com “gazzzzeee” este é o momento de fechares o browser. Tendencioso também porque tenho presente um dos melhores exemplares de Eulogio Pomares nas Rías Baixas, Carralcoba Albariño 2015. Enólogo e produtor conhecido e reconhecido, é um dos grandes mestres a trabalhar o Albariño, e junto com Anselmo Mendes em Portugal, definem-se como dois marcos na promoção da casta nobre. Para contrabalançar este virtuosismo clubista, uma novidade para mim, Rascunho Alvarinho “Experimental” 2015 da Quinta de Santiago, um alvarinho com estágio de 4 anos em barrica de castanho de 225 litros, estágio esse sob borras finas e sem atestar, originando um véu de flor. Ao fim ao cabo temos um experimento, uma tentativa de reproduzir o que se faz na região francesa de Jura, com o Vin Jaune, e em Jerez na vizinha Espanha com os fortificados.
Carralcoba Albariño 2015
Um exemplo do que esta uva pode alcançar, acidez e mineralidade que permite roçar a equiparação a alguns exemplares borgonheses de Chablis. Nariz com seriedade, discrição aromática, frescura, mineralidade a envolver a fruta branca madura. Em boca é cheio, nervo e garra, guloso, fruta com bom estado de maturação, diferentes camadas a conferirem volume e complexidade, acidez crocante, final longo. Perspectiva o que me seduz tanto nestes vinhos, um longo potencial de guarda em cave. Aqui jogo em casa, cumpre tudo o que espero dele, a excelência!
Provém de vinhas com cerca de 70 anos, fermentação e estágio em balseiros de 1200 litros durante 8 meses.
Castas: Albarino
Região: Rías Baixas, Galiza
Teor Alcoólico: 12,5% Vol
PVP: +/- 26,50€
Rascunho Alvarinho “Experimental” 2015
Estamos perante um vinho completamente diferente, procede-se a uma evolução intencional do vinho mediante estágio longo de 4 anos em pipas não atestadas. Este processo permite que as leveduras autóctones formem um género de véu à superfície que impede o vinho de contactar directamente com o ar. Nariz com bastantes notas de flor, aromas de frutos secos, especiaria, sobressaindo este conjunto devido à maturação biológica inerente, que em conjunto com a fruta madura dá lugar a um bouquet aromático rico, fabuloso, único. Na boca é muito seco, a acidez surpreende pela generosidade, cresce e eleva no palato conferindo-lhe a frescura necessária. Isto é um Alvarinho completamente diferente e único em Portugal, um achado. Temos aqui o Alvarinho da região dos Vinhos Verdes a fazer o mesmo papel da uva Savagnin e Palomino, que me surpreendeu bastante pela positiva, diferenciação, ousadia e como resultado, um excelente produto final. Vislumbro um exemplar perfeito para acompanhar uma tábua recheada de queijos, talvez também alguns pratos de cozinha asiática com especiarias. Parabéns à Quinta de Santiago pela aposta arrojada.
Castas: Alvarinho
Região: Vinhos Verdes
Teor Alcoólico: 14% Vol
PVP: +/- 25€
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