Nelson Moleiro
Sacabeira 2019

Antes de tudo, e em modo spoiler, esta é a referência de Albariño que elejo para o Verão de 2022, e se conseguirem 2018, melhor! O rótulo até me causa alguma falta de ar, alusão a lagartos, mais semelhante a uma osga, mas é da família dos lagartos. Mas se existe lagarto que venha bem com o calor é este albariño de Iria Otero. Um vinho, proveninte de várias parcelas nas Rías Baixas, que repousou cerca de um ano sobre borras em tanque, uma tradição nos antigos furanchos que eram e, alguns continuam a ser, um género de casas de petiscos, a.k.a tabernas na Galiza. Este repouso confere-lhe complexidade extra, fruta muito pura, limpo, e que em prova não se fica pelos citrinos, existindo uma sensação de maçã e ténue panificação, os aromas e sabores de brioche. Em boca entra com subtileza, alguma crocância, um pouquinho menos nervo e tensão que o 2018 mas bastante matéria e conteúdo, largo, com acidez generosa. Muito completo e complexo para a gama onde se insere.
Iria Otero Mazoy tem formação em viticultura e enologia com larga experiência no universo vínico espanhol, e em 2015 lançou o seu projecto pessoal na Galiza (Ribeiro, Ribeira Sacra e Rías Baixas). Vinhos com singularidade, de repercussão fiel das castas e do local de origem, respeito pelo ecossistema e baixa intervenção enológica. Sem história familiar na região, sediou-se no Ribeiro, onde possui hoje a sua pequena adega.
Castas: Albariño
Região: Rías Baixas
Teor Alcoólico: 13% Vol
PVP: +/- 17,50€

