Nelson Moleiro
Ultreia Douro Tinto 2008

Raúl Pérez e Dirk Niepoort são dois grandes apaixonados de vinhos, produtores ímpares e de reconhecimento mundial, e que nutrem uma paixão pela procura e diferenciação permanentes. Dirk convidou Pérez a visitar vinhas diversas no Douro, e a conceber um vinho que traduzisse a sua visão sobre a região e terroir duriense. O enólogo espanhol escolheu duas vinhas em duas zonas distintas do Douro, uma no vale do Rio Têdo e outra no Vale de Covas. Surgiu assim mais uma edição dos Projectos da Niepoort, Ultreia Douro Tinto 2008.
"As duas vinhas foram vindimadas no mesmo dia, 25 de Setembro, e estiveram 3 dias em câmara frigorífica a 3°C. A vinificação foi feita em balseiro aberto com 25% de engaço e uva inteira, num total de 40 dias de maceração. O vinho estagiou 12 meses em barrica de carvalho francês, onde realizou a fermentação maloláctica."
Por esta descrição da ficha técnica fornecida pelo produtor, e para quem acompanha o espanhol barbudo, percebe que este é um vinho que segue as suas premissas ideológicas, com cunho e assinatura pessoal.
Tem uma ligeira sensação de couro no nariz, onde fruta e ténues terciários começam uma dança de elegância, e onde por vezes sente-se a sensação de pinhal e bosque a elevar o verdor de nariz. Não é um Douro que vemos por aí, não é o que a amostra global nos faz esperar, é em contraposição, muito subtil, fresco, com menor concentração e extracção, tanino fino, mineral, bom volume e acidez. Uma expressão pessoal de Raúl Pérez no Douro, com castas autóctones mas com vinificação e perfil mais adequado ao que procuro. À medida que ia bebericando e desfrutava este enorme vinho exclamava para mim mesmo, "não é Douro, isto não é Douro, isto está mais perto de um Ultreia Dão".
Castas: Lote de vinhas velhas com mais de 60 anos (Touriga Franca, Tinta Amarela, Tinta Roriz)
Região: Douro
Teor Alcoólico: 13% Vol
PVP: +/- 39€
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