Nelson Moleiro
Verónica Ortega Kinki 2019
Atualizado: 1 de abr. de 2021

Cor muito aberta, a fazer lembrar Beaujolais e os seus Gamay ou alguns Pinot borgonheses. Com nariz muito fresco, focado no fruto vermelho e de bosque maduro, puro e delicado, um bouquet convidativo que nos transporta à adega e à terra, pelo carácter vinoso genuíno. Em boca voltamos a ficar envolvidos pelo lado frutado, muito mineral e elegante, com alguma especiaria, certa complexidade apesar de uma boca não muito larga e de final médio, mas que nos deixa a salivar e com boa presença. É o vinho mais glou glou de Verónica Ortega, Mencía bem acompanhado com uma percentagem de castas brancas autóctones (Godello, Doña Blanca e Palomino), numa vinificação harmoniosa que gera um vinho agradável, viciante, de estilo descomprometido e que facilmente trazemos para acompanhar à mesa, mesmo com gastronomia mais ligeira, carnes vermelhas e brancas, queijos mais suaves e alguns tipo de arroz ou saladas compostas. É um estilo de vinho vanguardista que, na minha opinião pessoal, espelha o que o consumidor espera e pretende no futuro.
Não é o habitual Mencía de Bierzo, com reputação crescente, de locais aclamados como Valtuille, aqui há mais frescura, leveza e acidez. Muito na linha com alguns vinhos que Germán Blanco produz no Bierzo Alto, mas nestes vinhos Casa Aurora há mais sensação herbácea, vegetal, com mais tanino e adstringência, possivelmente e estando a especular, pela presença de cacho inteiro, engaço.
As uvas para o Verónica Ortega Kinki 2019 provêm de vinhas velhas localizadas na Cobrana e a uma altitude de 750 metros, com solo de xisto e argila muito degradados. Na adega, as uvas são desengaçadas antes de irem para cubas de aço inoxidável para uma fermentação espontânea com leveduras autóctones e uma maceração curta por cerca de 10 dias. Depois repousa e envelhece em barricas de carvalho francês e ânforas de argila de 800 litros.
Castas: Mencía, Godello, Doña Blanca e Palomino
Região: Bierzo
Teor Alcoólico: 11,5% Vol
PVP: +/- 22,50€

