Nelson Moleiro
Verónica Ortega Quite 2018

É a primeira vez que abro uma garrafa do Quite de Verónica Ortega. Segui o percurso inverso, comecei nos vinhos de gama média-alta e fiquei de tal forma rendido e apaixonado pelos vinhos da produtora/enóloga de Bierzo que agora açambarquei as referências todas. O Quite é o "parente pobre", o tinto de entrada, mas enganem-se meus caros, foi dos mais que me surpreendeu, é para mim, das melhores relações preço-qualidade no Bierzo, carregadinho de personalidade e identidade.
Neste Verónica Ortega Quite 2018, temos casta Mencía, de vinhas com mais de 80 anos situadas em Valtuilles, plantadas em solos argilo-arenosos. As uvas são colhidas manualmente e desengaçadas antes da fermentação em depósitos de inox, com ligeira extracção e maceração de cerca de 10 dias. O vinho depois estagia por 8 meses, 50% em barricas de carvalho usadas e os restantes 50% em ânforas de 800 litros.
No que toca à parte que interessa realmente, a prova no copo, nariz com algum animal com uma mescla de ligeiro químico, confesso que não esperava, surpreendeu nesse capítulo. Também apontamentos de fruta fresca e balsâmicos associados a bosque, pinheiro, o que agradeço, gosto dessa sensação nos vinhos, algo que encontro em alguns vinhos serranos do Dão. Oferece uma boca cheia, fresca, com leveza, é muito fácil de beber, guloso, de fundo mineral e acidez bem integrada a dar-lhe profundidade e elegância.
É o Mencía mais parecido com o Dão tugão que já bebi, e no bom sentido, cheira-me e sabe-me a alguns tintos Quinta da Vegia com algum tempo de garrafa.
Castas: Mencía
Região: Bierzo
Teor Alcoólico: 13,5% Vol
PVP: +/- 12,5€
